Monday, June 25, 2018

A tranquilidade das manhãs de domingo




Na verdade a manhã se passou, a manhã de domingo. Acordei antes do despertador. Não acho ruim, com essas musiquinhas bacanas de celular de hoje em dia. Antes que passe da hora, afinal estou com companhia, da minha filha, e ela acorda cedo. Já deixo um ‘pequeno almoço’, musli, uma fruta, a vitamina D dela...(mesa posta na noite anterior), e quando acordo (sou mais preguiçosa), fazemos um ‘café da manhã/brunch” juntas, dependendo da hora, mas antes ela vai pra minha cama e ficamos juntas. Hoje coloquei vídeos dos anos 80/90: Sade Adu, Liza Stensfield, Wham, Nene Cherry & Youssou n’dour, Simply Red..ela queria músicas tranquilas, e eu as escolhi a dedo.
Saí na quinta-feira, sexta-feira, sábado...e HOJE DOMINGO dia de sossego, silêncio, só eu e Dominique, ela fazendo as coisas dela, e eu as minhas. Alguém importante ia me ligar às 15 horas, e antes ligou um amigo da Escócia, que há muito não falava, amigo querido que passou por mals bocados e agora está lutando de volta, e tenho certeza que ele vai sair dessa fase de tsunami emocional. Na quinta-feira fui jantar, beber e conversar na casa de uma querida amiga, ela estava no Brasil, e deixou a família aqui, e foi ficar com a mãe que já passou dos 80 anos. O preço que pagamos por morar fora, os queridos ficam. Na quarta-feira passei um frio danado num ponto de ônibus no meio do nada...e na sexta-feira fiquei deprê, muito deprê e sabia que era o álcool falando, sabia que era a parte de mim que morria, o outro, o ex...como no filme Eternal sunshine of the spotless MIND. Sonhei que o ex, e no sonho...ele meio que ficava ao redor, não estávamos mais juntos, mas ele ficava lá, o que novamente me deixou down ao acordar, e pensar como é difícil.
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Dia dedicado ao espírito/descanso do corpo, repor as energias desses dias, equilíbrio: chás (acabei de tomar um muito bom), já toquei um pouco da minha lição de casa no piano, e estou ouvindo a rádio NPO 4, uma das rádios digitais clássicas que ouço, não conheço coisa melhor que sossego quando se precisa, curtir até a minha melancolia. Sentada nesse confortável sofá de couro vermelho caíndo aos pedaços, olho meu jardim invernal meio bagunçado, gosto dele assim, e suas mudanças conforme as estações do ano, os vidros sujos...lavei-os dias atrás, mas chove e suja tudo... ainda estão sujos (um VIDRÃO enorme na janela sem venezianas), janelas holandesas que não se abrem...penso nas melhorias que preciso fazer no verão no mesmo jardim/quintal, cada coisa tem seu tempo, ainda bem, nada de estresse. Penso o quanto de 'lembranças' em forma de papel e trecaiadas preciso me desfazer, e também roupas, sapatos, 'milhos', penso nos 'afspraken (compromissos com pessoas), tudo se dá um jeito. Penso num querido amigo que vai completar 50 anos e vai casar com o já marido e a preparação disso tudo no primeiro semestre do ano 📷, e os 20 anos da minha filha, ela já está contando os dias, falo pra ela, você ainda tem 19 anos, aproveite. Penso nela novamente ontem comigo no cinema, e no pequeno diálogo com uma aluna de yoga que estava por lá. Deixo elas falarem: - Olá, meu nome é Dominique. De onde vocês se conhecem? - Sua mãe me dá aulas de yoga. - Ok, sou filha dela (hehehe), e eu tenho 19 anos, como é seu nome? E ainda tem o meu filho, que menino doce, poeta... Penso numa amiga que fez uma sopa de lentilha para levar ao amigo enfermo, penso nos amigos em Portugal, penso no momento difícil que meu irmão está passando em SP, penso na pessoa que vai me ligar às 15 horas...penso no meu ex namorado (sinto saudades das partes boas) a mente pregando peças, ainda confundida, penso na abundância e nas viagens que ainda quero fazer neste ano...e nos eventos que participarei em breve...penso que TUDO É DIVINO, tudo é maravilhoso apesar dos pesares, apesar da fome no mundo, da tristeza, da depressão das pessoas, e desse pessoal nojento que joga porcarias no chão, papel no chão, latinha de refrigerante, tendo uma lata de lixo por perto.
Reflito sobre o destino e vida de cada um, dos amigos espalhados no planeta, dos livros que preciso e quero ler...da tristeza e impotência dos brasileiros diante da situação política do país, nas injustiças, e penso que cada vez mais consigo ser eu mesma, e a sensação de LIBERDADE de espírito, e ainda espírito aventureiro.
"- Que aula maravilhosa né meninas? Estou completamente VICIADA EM DO IN YOGA'...disse isso no vestiário da última aula (não vivo e não quero mais viver sem, aliás não vivo sem música clássica, nem meditação, nem "meu' samkalpa diário, nem samadhi, nem o PRESENTE, viver o presente, e meu corpo maravilhoso, veículo de prana, minha respiração, alimento pro corpo e alma...já não vivia sem essa PROCURA, fiz de tudo e me encontrei no CHI, os chacras...e todo o estudo que envolve o aprendizado da yoga curativa, o corpo as ervas, a respiração, os canais de comunicação, DO IN, eu lembro bem quando entrou na minha vida nos anos 80, precariamente através de um livro que caiu na minha mão. Os pontos, os centros de energia, como tocar com os dedos, como acabar com uma dor de cabeça. Eu e me amiga e colega em São Paulo, éramos metidas na auto-cura. Sempre procurei o mapa da mina, consegui achar vários, e vários tesouros e estou rodeada deles.
Acredito que todas concordaram comigo com a observação que fiz, algumas em silêncio, reconheço em suas faces e seus corpos nas aulas e a presença da mesma, e o progresso da professora, que começou como aluna, pegou o diploma, deu algumas aulas como experimento, passou para uma aula por semana, e agora já dá duas aulas por semana na Vrouwfit...e a boa energia coletiva que emana de uma aula assim contagia e pois te muda.
Na conversa ao telefone das 15 horas, a pessoa diz...vai dar uma voltinha com a sua filha mesmo assim, é bom. E percebi, por que não? Novamente sair, tomar um capuccino lá fora, uma passeada, e lá fomos nós porque ela concordara...nada de consumo, sábado fora o dia para o shopping pra ela, que fica feliz com as pequenas coisas. E fomos curtir o final do domingo, ver vida pulsante, ver o sol mesmo que tímido, easy like sunday morning.
Lentilhas polaroid Laibach e Coréia do Norte
A moça nua loira de costas tem um corpo violão maravilhoso. Ela está ao ar livre. cena rural, ao longe algo como se fosse no deserto na Califórnia, um morro seco o pano de fundo, sentada numa banheira de pezinho enferrujada, ela se vira...e os seios são enormes, arrebitados e perfeitos. A composição da foto com certeza será muito boa, mas não vejo a foto, a cena é com movimentos, a foto de polaroid.
Cozinho lentinhas e assisto um documentário sobre o criador das fotos com a máquina POLAROID Edwin Land. Instant dreams. O visionário, muito antes das fotos de cada dia, as fotos digitais as fotos polaroids instantâneas eram mágicas, artísticas, certas, erradas, a pouca paciência...a espera, e lá a foto. Ficou certa, ficou errada, deu certo, deu errado?
Tenho uma câmera polaroid, está lá em alguma caixa no sótão. Estou num livro de uma atriz brasileira, com várias fotos polaroids, registrada na minha juventude com um amigo. Tenho algumas fotos, do nascimento da minha filha, do meu filho bebê, do meu ex-marido, de quando trabalhava na noite de São Paulo, nos anos 80 e 90.
As lentilhas serão comidas amanhã. Ainda preciso temperá-las, cebola, alho, tempero verde e acompanhamentos. Meu filho irá pela primeira vez sozinho numa viagem, sem pais, sem amigos, espero que tudo dê certo, irá pra casa de amigos, e espero que seja um abrir os olhos pra ele, que vive dependente do pai e de mim, sem saber...ele precisa se libertar.
Como fotos polaroids, sem negativo...sem passado, o que pode dar uma depressão como a vida, temporária, nada é permanente.
Notícias tristes nessa semana, de doença na família, ainda não posso falar. E ao contrário das fotos polaroids, as pessoas vão sumir, da minha vida, da vida delas próprio, virarão fotos e lembranças em memórias, sumirão do planeta.
Mais um aniversário se passou, e definitivamente sou uma pessoa que vim ao mundo pra unir, pra integrar, pra apresentar as pessoas, umas às outras, para comunicar, e para fazer os outros felizes, mesmo que seja por instantes, festas, precisamos de mais festas, sem pose, com beleza, a grande beleza da vida.
A copa na Rússia começou. Copa na Rússia, tão estranho falar isso. Os tempos mudaram, muitos anos atrás, tínhamos a União Soviética, a guerra fria, hoje a boa notícia que abortar na Argentina não é mais ilegal, vitória para nós mulheres, vitória e vidas. E o documentário acaba e começa outros sobre a banda Laibach da Eslovênia e o primeiro concerto na Coréia do Norte. Dimitri iria gostar ou talvez não, juche gang.


As lentinhas ficam prontas, o show no documentário vai começar. Começou e a cara dos coreanos, nada animados, achando com certeza tudo muito estranho, o que é perfeitamente compreensível. Mas no final dá tudo certo. http://www.liberationday.film/
PS - como fui bloqueada do FB, estou transferindo todos os meus textos do FB para o meu blog pessoal.

Sunday, April 29, 2018

A conexão com a angústia



Tenho sentido uma urgência de fugir, ir ainda não sei pra onde, e não somente ir, mas fugir mesmo.
Como antigamente, ir pra longe de tudo e de todos...só levar meus filhos e ficar desconectada com os dias que tenho vivido, com a realidade atual, sei lá, novos caminhos, não propriamente um lugar no mapa.

Amigos dizem: "tu não vais conseguir, eu te conheço" (por muito tempo), okay...essa é uma premissa que pago pra ver. O que eles não sabem, que apenas umas semanas, sem precisar fazer ABSOLUTAMENTE nada, no meio do verde, do sossego, já seria tudo, para colocar os pensamentos mais do que em ordem, dar mais perspectiva à minha vida intelectual. O meu objetivo é usar mais ainda do meu intelecto para construir um mundo melhor, onde as pessoas realmente se aproximassem mais, ao invés dessa competição toda que vejo por ai e divisões.

Diante de tanta polaridade e bipolaridade na minha vida, vou explicar:
Moro em um país distante geograficamente, na Europa, onde me sinto muito bem e me adaptei e me expresso, me sinto ativa na sociedade, trabalho numa fundação para mulheres e crianças (seus filhos), colaboro com ideias, execução, agenda e dou aulas de hatha yoga. Onde habitei no Brasil (Porto Alegre/Pelotas = minha formação educacional e familiar) depois São Paulo, início da vida adulta (dos 25 aos 36 anos), e depois aqui.  Passo boa parte do meu tempo online no Facebook/Instagram e desde o advento das redes sociais (orkut, depois facebook) entre um e outro país, e também no mundo. Piso em Terras Baixas, e vivo com boa parte do meu tempo no ambiente na língua portuguesa, e também percebo que não estou em nenhum lugar físico, como se meu próprio eu fosse um país sem bandeiras, uma terra desconhecida.

Todos sabem o quanto viciados estamos em redes sociais, em smartphone em compartilhar tudo que achamos que devemos, e muitas coisas até por impulso. Vivemos em associações, em grupos virtuais, usamos aplicativos de tudo, compactuamos com as mesmas ideologias políticas, fazemos política, respiramos política, cultura, e expomos nossas vidas que não são mais privadas, pertencem ao Google, ao Facebook, as grandes empresas tecnológicas digitais, que movem uma elite econômica de governos, com a nossa DATA, tudo o que clicamos, procuramos está lá sendo negociado e todo o nosso perfil: onde vamos, o que gostamos, como pensamos, o que não gostamos ou desaprovamos. é uma ilusão pensar que temos uma vida 'privada' quando postamos nossos filhos, nossa casa, o restaurante ou a ópera, show, concerto, evento que participamos, quando vamos de A para B e pra onde vamos, na academia, tomar um capuccino, fazer uma visita para uma tia distante.

Lá encontro 'meus amigos' praticamente todos os dias, penso e digo eu sobre o Facebook, lá me sinto conectada, lida, LIKADA (o que faz a distância do meu passado menor, no presente), ainda é conveniente e sou feliz por isso. Todos os dias, leio o que escrevem, às vezes não dou conta, e sigo o algoritmo (nos meus news fee), porque o dia tem 24 horas e eu tenho mais de 2000 amigos na minha lista de conhecidos, amigos, desconhecido, familiares...mas estou lá. E eles estão lá com seus assuntos também.

É uma torre de Babel em muitos casos e sinto cada dia, que não estou comunicando muita coisa por lá, porque as pessoas interagem pouco, ou só interagem no que lhes interessam e porque como eu, também estão vivendo pra mostrar como vivem, para terem uma sensação de que nada é em vão, se não for fotografado, dito, mostrado, não queremos estar só. No momento em 'comemoro", dez anos de Facebook, um jubileu, se tem uma coisa que me interessa, são novos ares, novidades, pensamento mais profundo a verdadeira conexão entre as pessoas, que não são tapinhas nas costas, dizer que estamos lindos, e vivos, e amados, nem pregações, que mundo lindo, e como estamos próximos, mas pensar num mundo melhor juntos, e infelizmente tenho encontrado cada vez menos pessoas com pensamentos próprios e mudanças de um mundo melhor.

Recentemente 'perdi' um amigo virtual muito inteligente, querido, atencioso, uma pessoa de uma sagacidade única, e até acredito que tínhamos muitos pontos divergentes.  Uma pessoa única, que adorava viajar pelo mundo afora, e podia se dar à esse luxo, de conhecer lugares diferentes do lugar comum das viagens que as pessoas fazem hoje em dia, e veio a falecer na África o que trouxe pra mim e muitos outros uma tristeza um vácuo. A vida que se interrompe e nos deixa assim sem explicações, pois continuamos.

Foi comido por pedradores do destino, e lá se foi a inteligência e a perspicácia Facebookiana, e as viagens, e roupas lindas que usava, os perfumes exclusivos, e todas aquelas estórias pra contar  à todos nós, que só ele tinha numa retórica própria. Luto, tristeza. Fim.

Estamos realmente conectados nessas redes sociais? Ou estamos por lá berrando nossas frustrações, chorando nossas mágoas e desafetos, empurrando os dias com a barriga em nossos achismos de 'como viver' e eu vou te convencer que a minha maneira é melhor que a sua, e que o que quero te mostrar aqui, é para você dar um jeito nessa sua vida chata, que não interessa a ninguém e nem mesmo à você, porque estamos apertando o tempo inteiro no 'repeat, repeat, repeat". Eu por exemplo, remo contra essa maré. Todo o dia eu acho uma música diferente, mas também me repito e me dano, que droga, sim os vícios são drogas, quando o efeito passa, precisamos dela novamente pra ficarmos 'high".

Assistindo uma entrevista com o grande Charles Bukowski, ele confessou que a vida depois de uma certa idade é só repeteco, os lugares que vamos se repetem, a roupa que usamos, as pessoas, as festas, as experiências, o caminho que trilhamos, o que comemos, como nos movemos, até o que pensamos, nos repetimos todos os não santos dias com datas temáticas, com maneiras de viver que mostram apenas o quão 'playing SAFE" estamos tentamos nos afastar da morte, mas estamos cada dia e todo dia perto delas, e não ousamos mais nada, como quando éramos jovens e transgredíamos regras, pulávamos muros, roubávamos frutas do vizinho, ou colhíamos uma flor do jardim alheio, pisávamos na grama, transávamos sem camisinha, tomávamos um porre, misturávamos comida com bebida, e passávamos mal, e aprendíamos com o porre, que nunca mais iríamos nos permitir nos sentirmos assim, e lá chegava o outro carnaval, ou festa, ou motivo qualquer, e novamente acontecia o vômito no banheiro nas madrugadas, e todos os erros.

Estamos realmente vivendo? Percebo que a morte de meu amigo, ainda jovem aos 48 anos, não foi em vão. Ele não viveu o suficiente para nos contar todas as impressões em diversos países na África que trilhou, onde ver a ação da caça e predador ensina muito mais que um ano inteiro de postagens no Facebook que falam sobre a maldade que existe na humanidade.

Estamos muito distantes de nós, da natureza das coisas, de nossa existência. e o que procuramos é conexão com os outros. E como nos conectar com os outros, se não conseguimos por poucos minutos estar conosco?

Se repetir, repetir repetir repetir, dar e querer de volta. E fazer beicinho, faz de nós um adulto imbecil, rancoroso, e podemos nos esconder atrás de sorrisos, frases de auto-ajuda (pro outro) que não nos ajudam em nada no momento que queremos mudar os outros. Quem está vivendo realmente? Se não usarmos nosso cérebro pra ver e procurar, pesquisar as respostas para termos uma vida mais plena de coisas simples, sem beiços, sem narcisismos, ostentação de inteligência, mais centrada em nós, em prol dos outros, e principalmente daqueles que infelizmente intelectualmente necessitam de nossa ajuda para ver o que já somos conscientes? Reclamar do outro é sempre mais fácil, mas isso não muda o outro, apenas uma conversa franca, e uma conexão verdadeira que vai de coração pra coração mas que se usa o cérebro.

Poucas pessoas ensinam por serem, a maioria mostra os 'estilos de vidas', como vivem, mostram o quão solitárias são e rodeadas de gente igualmente solitárias, mas juntas, se acham as tais, e não percebem que estamos todos no mesmo bote, barco, navio. Sem saber há uma competição. Eu estou me sentindo melhor e você está se sentindo mal, porque eu sou superior que você, e você é inferior na minha concepção e maneira de viver. Você esconde seus fracassos, e por isso mostra o quão feliz que é, como se houvesse apenas dois caminhos, preto no branco, e não multitudes.

Todo o não santo dia, eu resolvo mudar um pouco, aprender o que me proponho a aprender, desaprender o que já não serve mais,  numa eterna 'bucket list' mental como continuar a aprender notas musicais para o piano, um idioma como o frânces que comecei e tive que parar, a sentar aqui e escrever algo que sirva pra alguém mas mais precisamente pra mim, pois escrever é uma necessidade, e busco palavras, busco idiomas, expressões, sensações, e elocubrações, e sofrimento entendido, e pensamentos, e paz para conseguir concluir um raciocínio lógico, para expressar o quão insatisfeita estou com o curso das coisas que nos levam correnteza abaixo e nem podemos fazer nada a não ser nos afogarmos e sucumbirmos à tudo que está aí, à todos os sonhos de jubileus que um dia acontecerão, todos os aniversários que comemoraremos, e todos os riscos que não mais correremos porque a vida se transformou num infinito diário de repetição, e tédio, e perguntas sem respostas, problemas sem soluções, pois somos meros mortais que se deixam levar pelo já imposto, e não temos tempo, energia, vontade, e estamos desconectados de nós mesmos, porque se estivéssemos em paz conosco, poderíamos entender que assim é, e sim devemos lutar para nos mantermos vivos, e arte e pão, compaixão, empatia, comunicação, não são meras palavras soltas ao vento.

Respostas, final feliz? Só encontro na natureza, na arte, o resto fica sem fim até a hora que deitamos nossa cabeça no travesseiro, e adormecidos nos despimos de quem somos e dos papéis que temos.
O consolo é que todo o dia, temos uma nova chance de viver.

Saturday, January 27, 2018

O poder do amor



Vou fazer uma coisa diferente enquanto escrever aqui vou começar ouvindo ao mesmo tempo uma música linda de uma de minhas bandas favoritas, Everything but the girl e refletir.

Faz tempo que eu não escrevo aqui. E hoje quando vim do supermercado, antes fui na academia...tive um insight, várias ideias sobre fins e começos, inspiração, amor, hormônios, relacionamentos passados, euforia, motivação e queria escrever, mas estava com sacola de compras, coisas de ginástica e acabei indo no canal Herengracht perto de casa e fiz um LIVE no Facebook antes que as ideias do que eu queria transmitir se perdessem por ai como acontece quando a impossibilidade da escrita se apresenta.

 Tenho feito alguns lives em redes sociais...tanto no Facebook como no Instagram, podem me chamar de exibida, mas nem é esse motivo, nesse mundo de solidão, de busca, de encontros e desencontros, de alegrias e tristezas, eu queria dizer que achei o amor...e perdi um amor, mas nada disso é amor...pois o amor é pra sempre, sempre, o amor tem poder, ele está lá dentro na gente, só temos que libertá-lo, e deixar fluir, acreditar, nada a temer quando a outra pessoa se vai, o tempo de validade expirou. 

Foi a química dos hormônios da ginásticas, as endorfinas com a dopamina nesses últimos dias, no vórtice,  e vou explicar, quero sempre explicar o que sinto, essa necessidade de entendimento e clareza, até por mim, e pra mim, nada científico porque meu entendimento é bem superficial e abrangente, sou apenas mais um ser que acha que é diferente e quer dominar essa mente que mente, e seguir mais o coração, a intuição, o subconsciente o que as sutilezas dizem nas entrelinhas. 

Desde que me falaram que era bipolar fico brigando na gangorra, tentando me equilibrar e ter uma vida mais saudável mentalmente, descobri o ioga, digo a yoga, e a cura é diária...o convencimento é diário de que não sou uma pessoa louca, e sim uma pessoa que mais do que merece ter tudo de mais maravilhoso nessa vida, às vezes fico triste, aquela tendência melancólica, e tem dias que nossa energia está baixa, hora de parar e repô-la, hora de meditar, hora de beber muita água, e dormir uma noite e pensar, as palavras são de prata, o silêncio de ouro e tudo vai ficar bem, porque já está bem.

Estou apaixonada porque sou uma pessoa apaixonada e por tudo, e quase todos os dias, eu vou atrás do meu dia, eu atraio, o carpediem na minha vida carpe omnium, que é sorver TUDO, o que há de bom, e a ser aprendido, todo o dia, um novo dia eu vou atrás do ASICS, mente sã em corpo são, todo o dia, eu me exponho, porque gosto disso, mas percebi que nessa minha exposição, o meu recado será dado, e interpretado conforme o momento e o estado de ânimo das pessoas, nada a fazer, apenas continuar e ser fiel à mim na minha jornada.

Hoje pela manhã, resolvi no Facebook mandar inbox para alguns amigos aleatoriamente umas citações em inglês de Carl Jung de um site bem interessante, tudo isso antes da ginástica e desse insight, fim de semana sem festas, sem programas sem filhos, queria ir no Festival Internacional de cinema de Roterdã, uma amiga está trabalhando nos filmes brasileiros são 21 filmes ao total, mas por incrível que pareça, não consegui uma companhia, todos cansados ou envolvidos em outros eventos, e algo me disse: FIQUE EM CASA, relaxando, descansando, detox, recupere, ordene os pensamentos, coma frutas, coisas leves. Tomei café, queria comer uma banana mas só tinha bergamotas, não combinam com café e fui pra academia com o estômago cheio de café, duas xícaras e água, não vazio mas isso faz com que a química do corpo mude.

Meu momento é muito bom, e não tenho como não mencionar o Vórtice (acima já citado), o livro que ganhei em português do meu irmão que mora em Lisboa e inclusive tem um clube seleto de amigos que estudam o livro, como se fosse um guia. Estou no vórtice, e tudo está bem, porque estou alinhada, no vórtice, meus chacras, os meridianos (centros de energias do corpo), tenho sido aluna assídua das aulas de do in yoga, uma nova forma de yoga que pratico, e estou muito grata por todas as descobertas, o piano está indo...meio a passos de tartaruga, mas sempre, a escrita está irregular, minhas aulas (as que dou de yoga constante), academia (em abril farão dois anos que estou praticando fitness), ou seja, emagreci, me sinto saudável, física e mentalmente, pronta todos os dias para enfrentar os problemas que aparecem e resolvê-los da melhor maneira possível, afinal sou mãe, amiga, esses papéis todos que temos na vida, e que nos identificam dizem muito de nosso carácter e de nossa personalidade.

Tive hoje, aquele sentimento das relações que se findam, quando outras começam, e estava com uma sacola prateada e as minhas botinhas (uma amiga diz as botinhas Barbarella, prateadas). Tive a sensação daquele vazio que sentimos quando um relacionamento acaba de verdade, pra sempre. Independente do relacionamento, bom, ruim, médio. Fica aquele vazio, daquela pessoa que passou pela nossa vida, daquela pessoa, que ficamos, dormimos juntos, comemos juntos, viajamos, brigamos, amamos...fazem parte do nosso dia a dia, e depois se vão, para nunca mais voltar ou não daquela maneira. 

E dependendo da situação, das circunstâncias elas voltam como amigas, mentoras, conhecidas, exes.

Pois é, a incerteza do FIM. A esperança em dias melhores, relacionamentos melhores, rever os erros, e dizer pra si, da próxima será melhor, na próxima vez eu não vou me perder...da próxima vez eu vou cuidar de mim melhor, e saberei discernir solidão, distração, diversão de amor verdadeiro.

E isso que aconteceu em meus relacionamentos depois do primeiro relacionamento que foi há muitos anos atrás, na juventude, aquele relacionamento amoroso, aquele amor de descobertas de si, do outro, o primeiro amor, eles foram amores dos mais variados, amores sempre inventados, escolhidos, líquidos, fluídos.

Agora eu estou numa fase que quero saber bem onde estou pisando, o caminho onde estou trilhando, mas não fazer *somente planos e sim, saber o que é bom pra mim no momento presente, sinto minha vida cada vez mais curta no sentido que dramas são altamentos desnecessários, e direcionar meus pensamentos, minha mente, com positividade, e nada de arrependimentos como sempre ocorreu na minha vida eu quero ter, tirar o supérfluo o que quer me sabotar e destruir, quer seja um amigo invejoso, um inimigo oculto com energia negativa, pessoas tóxicas e desorientadas emocionalmente instáveis, não quero dar voz à ninguém que acha que eu estou no caminho errado. 

Quero apenas seguir vivendo e aproveitar o desenrolar de algo que poderá vir a ser uma bela estória de amor, um romance como tem sido esses meus últimos dezenove dias, algo bem forte e intenso, e não mais um amor líquido qualquer. Tenho muito para dar, e quem me ama sabe que sempre dei todo o meu amor e minha paixão, em tudo que faço, e em todos que passam pelo meu caminho. 

Sem medo de amar, e de brilhar vou continuar e não deixar nada e ninguém impedir essa minha caminhada, e esse momento de real felicidade, que é o amor maduro, o amor companheirismo o amor erótico, o amor e estar bem na presença do outro, o amor que faz esquecer tudo nos braços do amado.

Pois esse é o meu samkalpa todos os dias, ao acordar e ao dormir, minha intenção e meu modo de vida, minha oração pela abundância do amor que sempre tem aparecido em minha vida em todas as suas formas. 






I want your love EBTG


Fullgás

Meu mundo é você é quem faz,
Tudo em você é quem lança, lança mais e mais...

blablabla

Pois tendo você meu brinquedo
Nada machuca nem cansa

Então venha me dizer o que será
Da minha sem você
Noites de frio
Dia não há

E um mundo estranho pra me segurar
Então onde quer que você vá
é lá...amor esperto

Tãoooooooooooo bom te amar.

E tudo de lindo que eu faço
É vem com você, vem feliz

Você me abre em seus braços
E a gente faz um país.

Como é bom ter um amor pra tudo
pra pensar pra beijar pra sonhar
pra dormir junto pra viver
pra achar e jamais largar

E viver e viver e viver

Thursday, August 31, 2017

Tchau querida!



Não estamos alegres, é certo, mas também por que razão haveríamos de ficar tristes? O mar da história é agitado. As ameaças e as guerras havemos de atravessá-las, rompê-las ao meio, cortando-as como uma quilha corta as ondas.
Maiakóvski

E assim a presidenta da República Federativa do Brasil, se despede do cargo. Dois mandatos com eleições diretas, pelo povo. Um infelizmente, incompleto, interrompido por fascistas por um golpe político parlamentar e midiático.
E assim, me despedi do Brasil, em 31 de agosto de 1996. Tchau queridos amigos e família no Brasil, vou além mar, ver novos horizontes, dar o passo no escuro.
É estranho, logo hoje...que completo 20 anos na Holanda, essas despedidas, esse golpe de estado midiático, político e parlamentar se consolida no Brasil, pelos fascistas e 'políticos' que governam ad infinitum pra suas 'famílias', amigos da família, seus interesses, pro umbigo, pros bancos, pro capital, pro Tio Sam, pras amantes. O povo, que povo? E lá eles sabem do povo, querem saber do povo? Se hoje em dia nem voto é mais necessário? Que se exploda o povo!
A impressão que tive, que nesses 14 anos com o governo do PT, o Brasil ficou quase 'pau a pau' com a Holanda onde moro no que se refere benefícios sociais (um Brasil que nunca vi), um Brasil de esquerda, claro grandes diferenças básicas, sentia um crescendo, um progresso social, muitas melhorias e benefícios porque também os recebo, benefícios são direitos, e desenvolvimento de verdade, benefícios não é VAGABUNDAGEM, benefícios trazem o BEM comum, numa sociedade injusta, onde ricos já nascem ricos e ficam mais ricos, e pobres, tem que obedecer as regras desses ricos que chegaram há muitos anos.
Foi daqui da Europa que vi a economia do meu país no apogeu no governo Lula, vi Lula sendo tratado com muito respeito e admiração no exterior, verdadeiro estadista e em várias manchetes, algumas até guardei, comprei o jornal de papel.
Vi as sandálias Havaianas nos pés de 'todas as pessoas' no verão, aquelas bandeirinhas iniciais pra marcar território, vi acordos entre os dois países, comprei sapatos, café brasileiro, vivi eventos culturais Brasil/Holanda, vi boas notícias nas manchetes internacionais, vi e li muitas matérias sobre o Brasil, aquele BOOM Brazil, onde todo mundo quer ir, pro sol, pra realmente viver e não sobreviver, o sonho do calor dos trópicos, a floresta amazônica o pulmão do mundo, a diversidade ecológica, o litoral imenso abrindo o país para o mundo. Onde a vida é melhor? Vi também, pessoas serem beneficiadas, pelo bolsa família, pró-uni, minha casa e minha vida, vi o Brasil sair da linha da fome na ONU, vi os olhos para o Brasil na Copa de 2014 e Olimpíadas (mesmo com toda a propaganda negativa), mesmo o povo hater, descrente, o evento vai ser cancelado, será um elefante branco, vi gente feliz indo para o meu país pela primeira vez, tudo daqui. Dei aula de português. Vi que as pessoas estavam andando bastante de avião por lá, que os negros, os estudantes, as mulheres e a comunidade LGBT, foram pras ruas, iam pras ruas, cada vez mais as ruas, lutar por direitos, por 20 centavos, lutar por mudanças, como nunca depois da dormência da ditadura militar. Brasileiro é bonzinho, cordato e contente com samba/carnaval/bundas.
Vi coisas que não entendi, o tal BATER PANELAS, e vaiar a presidenta, numa copa das confederações. O que era aquilo? Me assustei, e a partir dali, comecei a parar de ver e me informar, quem realmente era essa pessoa Dilma Rousseff? E vi um Brasil dividido...entre esquerda direita, um país do FUTEBOL POLÍTICA: um FLA X FLU entre quem é a favor de levar todos os brasileiros pra frente numa Nação mais humana, ou quem acha que isso é ‘besteira’ coisa de comunista que quer comer criancinha.
Com a internet, só sentia a distância no fuso horário (5 horas no verão, ou 3 horas no inverno, daqui). Vi, de longe...as pessoas mais abastadas, começarem a reclamar do PT, como se nem um partido político fosse, como se fosse Satanás, a peste, manipuladas pela mídia (?) ou só azedas pela lenda por ter que dividir os cômodos das casas por quem comem as tais criancinhas? Vi a demonização de um partido, por ser de esquerda, por ter um barbudo iletrado, do povo, um metalúrgico. A elite não gosta de ‘pobre’, a elite brasileira é retardada mesmo, e depois por ter uma mulher (sem marido, dentuça?, gorda? usa roupa 'desapropriada') quer ser chamada de presidentA?
Ora pois, muitos ‘pobres’ também gostam de riqueza, as que eles não tem, mas tem muitos pobres que sabem que o que ricos querem é isso, que você faça uma guerra contra si, sem mesmo prestar conta com isso. Vocês já viram as roupas da primeira ministra alemã? Imagina se os alemães terão tempo pra isso? Ora pois o que 'analfabetos funcionais', reclamam com suas contas bancárias cheias, e seus cartões de crédito com o pagamento em dia? E suas 3 ou 4 viagens por ano pra Europa, Miami, Cochinchina? Vi evangélicos crescerem como cogumelos perto da bosta depois da chuva, e pior na política. Que país é esse? O que está realmente acontecendo? Muitos diziam, tudo culpa do PT. E claro, alguma ‘culpa’ também tem um partido que se manteve no poder, e poderia ter feito mais, muito mais pelo povo, mas em política sempre tem muita puxação de tapete, tapinha nas costas, é um terreno estranho, principalmente quando os políticos são essas pessoas sem visão humana de um mundo futuro melhor, que negam a realidade, e criam a sua própria piorando a do povo.
A saída da Dilma, no dia de hoje 31 de agosto, por políticos pés de chinelos, donos de helicópteros com cocaína, latifundiários escravocratas, representados por essa elite conservadora, arcaica, misógina, só me mostra que a Holanda a partir de hoje vai ficar novamente muito DISTANTE do Brasil. A democracia do Brasil, está na UTI. O solo brasileiro, não é mais ‘nosso’, é do capital por causa dos puxadores de tapete da democracia.
Lá vou eu ter que explicar a desigualdade social novamente do Brasil. Lá vou eu ter que explicar novamente que a presidenta honesta, foi condenada por políticos corruptos. Lá vou eu ter que traduzir que um vice-presidente, traiu a presidente, arquitetou um plano, junto com um deputado e fez uma limpa das pessoas que comem criancinhas, e assim as criancinhas de verdade, novamente terão fome, e os velhos continuarão banguelas, e se essas criancinhas ficam no farol pedindo dinheiro, roubando e não na escola, fica tudo muito difícil de explicar.
O futuro é sinistro, porque o presente é sinistro.
Eu estou garantida no meu bem estar, tenho teto, comida, e saúde mas se isso me desse felicidade, seria mais uma egoísta como aqueles 61 senadores e deputados. Estou triste porque os cortes virão no futuro, e para quem mais precisa. E como dizer que é uma ponte para o futuro? Uma ponte para o abismo, mas alguns soltaram rojões, teve até fogos de artifício, acabei de ver no FB, gente que deu ‘check in’ em grupos de festa do impeachment.
O fascismo ilustrado é mais sinistro ainda.
Tchau querida, vai andar de bicicleta, vai continuar a ler Maiakovski dar palestras em universidades, cuidar dos netos, e se lance como governadora em breve do Rio Grande do Sul, onde mora sua filha e eu fico com Fernando Pessoa, Mário Quintana, Marco Borsato também aqui com a minha inseparável bike, e viver a vida com os meus filhos, minhas flores, minha solidão, meus invernos e o cantar dos pássaros, eles passarão, mas nós passarinho.
Afscheid nemen, bestaat niet! * = despedidas não existem.
PS - texto de um notes do Facebook (31/08/2016)

A tranquilidade das manhãs de domingo

Na verdade a manhã se passou, a manhã de domingo. Acordei antes do despertador. Não acho ruim, com essas musiquinhas bacanas de celu...