Friday, October 26, 2012

À Lis-boa e bela!

"As cidades falam comigo. Ouço-as ao pé do ouvido... não como ouço as pedras, transfiguradas pelo tempo. Ouço-as com o cuidado que ouço um ancião.
As cidades respiram e têm cheiro. Não a tijolos ou calcário; exalam essências secretas que não ousaria definir...t
êm elas um mundo subterrâneo ignorado. Não um submundo catapultado de argila e níquel, oxidado pela frieza das horas. Mas lágrimas...



As cidades estão vivas e respiram; ofegam e não param de pronunciar clamores... falam sobre mim, os outros, quem partiu e quem chegou. Choram e sorriem; tem paixões e seus humores. E reconhecem cada um de seus habitantes.
São protegidas pelos céus, pelos ventos e árvores, suas raízes e copas. E observam o vôo dos pássaros e protegem quem lhes dorme às ruas...uma cidade é sempre no feminino! Ela é muito mais do que luzes e prédios imóveis, nomes de ruas ou monumentos de bustos e estátuas de generais montados em seus corcéis de bronze.



Uma cidade é uma embarcação ancorada num ponto cardeal do oceano chamado Terra, é feita de lendas e enganos, genética e verdades, glória e esquecimento, solidão e vontade.
A cidade em que habito é assim."








autoria: Sérgio Borda Indarte

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