Sunday, November 17, 2013

Poema 007 II


Não confie em mim
Não tenho dono, quem manda em mim é ele
Deixa que eu confie em ti
Deixa que eu me desespere
Me desaponte
Me dane
Que meu coração seja quebrado, esmagado, triturado, desmantelado
É assim e será assim até o fim dos meus dias
Ele sempre se refaz
Quando cansar de todas as batalhas, quando perder essa guerra,
cá e já estarei morta.

Eu vivo assim mesmo
Eu vivo a mendigar
perambulo por ai,
Escolho uma esquina
Sou mendiga do amor
Agora do teu
Mendigar, pedir, me empolgar, eu vivo sempre com esse vazio
Eu vivo ao extremo
No vazio, tento enchê-lo com todas as cores, sabores, sons
Nada funciona por muito tempo

Desde que me conheço por gente
É assim, amo e sofro, rio e choro,
Espero, encontro, me dano
Tive o prazer e desprazer de perceber isso
Não foi escolha

De perceber que sou como uma prostituta vulgar
Uma vadia, uma ignorante...uma entrada sem saída,
querendo o óbvio ligeiro, o retorno, passageiro,
A sabedoria está rouca
Vez na vez, dia após dia, segundo após segundo eu prego
Sim, o amor próprio é o maior amor
Mas eu não quero o amor maior
Eu quero amar,
não peço para me decepcionar, me jogar com todo o peso
do meus anos nele
E seria mesmo querer?
Querer é opção
E não o é.

O amor funciona como verbo
O amor é estranho mesmo,
Desconfortável em movimento
É dar de cabeça contra parede
É soltar a mão de si próprio para o abismo
É estar perdido
Os temores vêm no escuro, tarde demais
Quem sabe exista uma luz ao longe?

Tu queres me dizer agora que sabes amar mais que eu?
Queres  me dar uma lição?
Tu queres o amor lento, calmaria,
Pois te digo é tudo em vão, estou cega, surda e muda.
Te cala então!

Eu me dôo, assim, e aparentemente nada é de graça, por isso que sou como puta
Tudo é por ti, uma troca
Quero a resposta deste egoísmo, que é se dar
Como o egoísmo pode dar?
Não se escolhe em sã consciência nada
Puro despreendimento
Serei sempre uma virgem de quatorze anos de quinze de dezesseis
No entanto permanecerei aquela menina de dezessete cansada de vozes alheias
Seguindo sua própria bússola
O meu norte está aqui dentro

O meu coração é o mesmo
Ele é quem me guia, meu dono
O coração não se cansa
O coração, ele, velho ou jovem
É o mesmo a bater bater bater
E agora, por ti.

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