Saturday, July 12, 2008

Sex and the City Hall


Ontem fui assistir com uma amiga o filme "Sex and the city". Muito comentado, por causa da muito comentada série.
Gostava da série, mas como de toda série americana, nunca fui muito fã, mas porque se tratava de mulheres liberadas, emancipadas, bonitas donas do próprio nariz assisti alguns episódios, e na maioria deles achava sempre algo aplicável a minha vida prática, ou me identificava com algo aqui e lá.

New York, New York...como cenário, restaurantes, discos, filas na porta, VIP's list, calçadas, carros, táxis, alcovas, apartamentos,hipotecas, morar junto, Central Park, estações do ano, animais de estimações, kids, situações constrangedoras...lições de vida, e muito amor, encontros e desencontros...claro, regado a maravilhosos outfits e um pouco de Mexico e Holywood clichés com humor.
Fui me rendendo a série, diferentemente de uma amiga minha fanática, que não perdia um episódio, e depois tinha todos os DVD's, mas o problema que ela era a Charlotte.
Não, não era judia...mas o recato era o mesmo, apesar de Charlotte ser até mais realista que esta minha amiga, que casou com o príncipe encantado, tem duas belas filhas do mesmo sangue, situação financeira estável, um marido que a ama, e vice-versa, e acredito que assim como ela, sonha pras filhas o mesmo happy end que está tendo, o que não seria problema nenhum se não fosse homofóbica.

Eu nunca me identifiquei com nenhuma das quatros particularmente, com um pouco de cada talvez, mas sempre tive uma personalidade complexa, e assistia a série como lazer.

No filme, a mesma coisa...na sala gigantesca do antigo prédio do cinema Trianon em Leiden, meu preferido, lá estávamos, junto com o público na maioria feminino, sonhando em ter um gato como o da Samantha, o discernimento e a realização profissional da Carrie que de colunista se tornou escritora, a lógica e praticidade da Miranda, a candura e meiguice vintage da Charlotte, e com um pouco do closet de cada uma.

Sempre achei a Samantha exagerada demais, looking for sex day and night...uma redundância...mas ao mesmo tempo, sempre foi ela que me ofereceu mais, até lesbian chic foi, com a nossa Sônia Braga.
Não pela sua sede de sexo, do tipo o que vier eu traço.
Mas porque apesar de ter mais de 60 (????) partners de alcovas oops perdi a conta...sempre achei que essa é a essência da mulher, e não a que fomos impostas ao longo desses anos, para ser a correta, a que não gosta de sexo ou de falar sobre, a liberada...coisa de la putana. Afinal os homens não gostam de transar com as mães deles.

Aquela mulher recatada, fiel, monogâmica, limitada, querendo ser o que os outros querem que ela seja, mesmo que no caso de Samantha a vida sexual pareça exacerbada - o gancho para o nome da série SEX...então vamos colocar sexo nisso.
Mas só séquiço, é muito superficial...(dizem as más línguas que estão a seco). Só sexo não leva a nada, como se tivesse que levar pra algum lugar...
Não, devemos seguir nossa natureza...e sexo é importante sim, assim como comer, mexer o corpo, sorrir, escovar os dentes, tomar banho, se cuidar, usar nossa massa cefálica, compartilhar nosso pensamento com os outros.

Mas o problema quando o sexo vira....o City Hall, e mais de 200 convidados nada a ver, para selar o contrato, e aquele ANEL de brilhantes lindo, mas que no dedo fica tão apertado, tão apertado...
As pessoas embestam e querem assinar aquele papel, casar...que até ai tudo bem, casamento é uma loteria, e todo mundo tem direito, mas aquelas festas pra inglês ver...às vezes mais atrapalham que ajudam, caso do filme, já que o noivo e a noiva tinham planos iniciais como, um vestido de noiva de second hands.(brechó).
O sonho da Charlotte (casar de véu grinalda forever and ever, festas pra 200, talheres folheados a prata, e toda a organização cooperando com o Complexo de Cinderela é realizado, com o sonho de menina que o príncipe jamais virará sapo), ilusão acima de ilusão, haja visto que ela tinha casado com um gato (primeiro casamento), um partidão, mas........impotente, e assim eles não viveram felizes para sempre, mas até um determinado ponto, porque tudo acaba.

E foi ai que o filme ganhou da série.
Ele aprofundou a questão (talvez porque filme é filme e série é série- há menos espaço), fidelidade, individualidade, felicidade, gratidão pelo que já se tem, perdão, sonhos realizados, desilusões, aprender com os erros, natureza humana, confiança no outro, maturidade e ir atrás dos nossos sonhos, rodeados por amizades, a melhor família que existe, questionamento em busca do auto-conhecimento e assim alcançar a essência de nós mesmos, sem rótulos como diz o filme, homem e mulher, single, married, divorced.

Gostei, e gostaria de ver novamente, porque os modelões e detalhes, são absurdamente fantásticos, o decor...me deixou tonta, apesar de serem meros coajuvantes, mas vale a pena.

Depois do filme, eu e minha amiga fomos dançar no CITY HALL, um bar em Leiden, e que depois da meia noite vira uma disco super moderno, com um decor fantástico, luzes, gente jovem e animada. O maridão grandão se reuniu a nós, dançamos, e eu fui fumar lá fora. E conheci Bas, o porteiro também grandão...e ficamos conversando sobre coisas da vida, karatê, yoga, cidades, Brasil, Holanda, nova lei de proibição do fumo em todos os lugares fechados, etc.

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