Sunday, June 24, 2007

Bi-curious


Novamente assisti o filme Kissing Jessica Stein de 2001.
Me lembrei do meu lado bi-curious, e de meus amigos aliás algumas amigas, uma judia e as gays (lésbicas).
E lembrei também de uma estória platônica que tive com uma amiga, sendo que as possibilidades do lado dela eram bem maiores, mas ela não saia do closet e não mostrava a cobra, até um belo dia me confessar a verdade, não só que estava apaixonada por mim, mas que me amava em todos aqueles anos...de amizade entre nós, e que me queria de qualquer jeito.
Bom, fazer tudo pra mim ela já fazia, era excelente companhia, éramos vistas sempre juntas pela noite, e durante o dia, ela praticamente estava sempre à minha disposição, onde quer que eu quisesse ir...lá estava ela pronta.
Bom, eu já sabia dessa tendência dela mas nunca a levava a sério, não porque tinha vergonha de ser lésbica, pra mim seria até uma honra e mais divertido, e com essa boca grande minha, ia ter muito mais fama, se falasse pra imprensa sou GAY e daí? Acho que todos iam adorar na época - uma Bebete gay ou bi, uma boa propaganda pro meu trabalho na noite, pros negócios, pra dar entrevistas, e no Brasil há tão poucas pessoas formadoras de opinião que assumem sua opção sexual sem serem caricatas, aliás não sei se homossexualidade é uma opção, aliás sou péssima em teorizar sobre esse assunto.

Mas, ok...não aceitei nenhum namoro oficial, nem tive nada com ela fora amizade, apesar de ter um excelente sensação, aquela de que alguém te ama muito, alguém inteligente, bonito(a), de boa família, culto(a) e de um caráter extraordinário, e de saber que havia um fascinação da parte dela pela minha pessoa, apesar de também recear uma grande decepção só de pensar em possível envolvimento e havia uns rumores que era cool ser lésbica na época, termo chamado lesbian chic, mulheres bonitas, jovens, inteligenres, não aquele estereótipo de camioneiras e cabelos a lá Simone, ultrapassado, era uma coisa, salto alto, Chanel, Gucci, bolsa, make up da Mac, Dior, e traços finos, dançar em clubs, chamar atenção sutilmente, discrição. Mas eu optei pela amizade, e somos amigas até hoje e ela vive feliz com a namorada, moram juntas e eu acabei ganhando outra amiga.

A neurótica Jessica no filme, de família judaica me deu nos nervos mais uma vez, sim porque fizeram dela uma personagem bem estressada, era uma Bridget Jones diferente, mas louca por um partner, correta ao extremo, mas mais curiosa e acaba tendo um date com uma mulher.E é assim mesmo que ocorre na realidade, a novidade no início, o diferente, quase que ela desiste mas acabou se apaixonando por uma pessoa do mesmo sexo, é foi muito excitante, mas se a relação adquire um caráter mais sério, as coisas começam a se complicar, perante o círculo social, família e o ambiente de trabalho, e o negócio é ocultar, mas chega um momento que não há mais como esconder, mas há momentos bem engraçados no filme, vários, no shabbat na casa da mãe dela, que o temporal é tão forte que elas não podem voltar pra New York, e a mãe as coloca no mesmo quarto de juventude, as duas "meninas" a salvo, e ai que a coisa pegou fogo de vez debaixo dos lençóis e depois elas resolveram juntar as escovas de dente.
Que romântico.

Eu não me vejo como gay, apesar de nunca dizer que desta água eu não beberei.
Continuo curiosa, apesar de não apreciar tanto a anatomia de um corpo feminino como aprecio a do masculino, gosto de contrastes, mas acho interessante e penso na minha vã curiosidade que numa relação entre mulheres, pode haver mais compreensão, mas claro é preciso de que ambos lados queiram, compactuem, estejam apaixonados e interessados e que de preferência haja interesse sexual balanceado e maturidade pra coisa ir pra frente, aliás isso vale pra todo o tipo de relação, gay ou straight.

Gosto desses assuntos, gostei mais uma vez do filme e aconselho, se você gosta de New York, simpatiza pelos gays, e a comunidade judaica, assista.

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