Ainda sinto o gostinho da cerveja vermelha na boca, cereja, framboesa, groselha...eu faço sempre confusão com as frutinhas vermelhas, fora o morango a pitanga, mas eu acho que era cereja e bem gelada.
Lembro de ter bebido essa mesma cerveja em Antuérpia em 1986, minha primeira vez na Europa.
E agora entendo porque a Denise (minha amiga e anfitriã em Hasselt), tinha me trazido as geléias de cereja feitas por ela, anos atrás...
Na última vez por aquelas bandas de Hasselt, era época de abóboras, e maçãs...na horta e pomar dela.
A estação é outra, outra frutas e legumes.
Meu aniversário foi bebemorado mais que comemorado.
Agora eu bebo de vez em quando, principalmente em ocasiões especiais, com pessoas especiais, e quando estou bem. Mas ainda sou fraca, e no dia seguinte é drama. Sorte que não sou belga, porque no domingo dia 10 - após meu aniversário, eram eleições. Na "cidade" centro, ganhei vários flyers dos partidos, até que enchi o saco e disse: eu não voto aqui. A politicagem nacional lá corre solta, eram eleições federais, e eu mais por fora do que umbigo de vedete, eleições mais sérias, venceu a oposição, adoro essas viradas, apesar de não entender muito de política.
Pretendo não escrever aqui um relato, como se fosse um diário...porque estou simplesmente cansada, não pra escrever, mas porque certas coisas tem de ser vividas, aproveitadas, saboreadas, e pra falar a verdade, estou com pouco tempo.
"Plezant", a palavra que descobri agora na Bélgica, nem sei como se escreve corretament, mas plezant é plezant.Tudo lá era "plezant"...dormir no quarto do Áthila, cheio de posters, TV, tv, play station 2, aquela bagunça legal de um quarto de alguém que estuda artes, faz música, já fez fotografia, tem uma banda, é DJ, e mil namoradas.....como é bom ter 21 anos e morar com os pais.
Obrigada mais uma vez Áthila por ceder seu quarto pra essa véia aqui, ele foi dormir no estúdio dele.
Já o Thiago, agora aumentou o número de computers, tem dois...e também está estudando fotografia, e tem um aparelho nos dentes, com elástico/borrachinha azul, e adorei a metade da meia como guardador de telefone celular, muito criativo....
Áthila e Thiago são filhos de Denise e Stefan...crescem como erva daninha os dois, são adultos e tratados como adultos, com todo o respeito pelos pais, porisso que não fazem bobagem, curtem a vida, e o diálogo e admiração por lá é evidente. Família em harmonia, coisa rara em nossos dias.
Já natureza(cores e cheiro) do jardim quintal da minha amiga é incrível, cada vez amo mais tudo por lá...verde, frutas, cerejeira...galinhas, ovos, plantação, legumes, ervas, flores,mangueira pra molhar tudo, as ervas que ela planta, as coisas doidas que ela coloca nos canteiros, os diferentes tons de verde, volto as minhas raízas do imenso quintal na Visconde Duprat (antes do meu pai inventar de morar em apartamento), ou seja, até os meus 14 anos morei em CASA, com quintal, pomar, jardim...sou uma garota da cidade, mas adoro árvores, verde...quanto mais melhor, uma selva, adorei conhecer uma joaninha preta e branca.
E a minha amiga é um capítulo a parte, adoro o mosaico redondo de espelhos dela, a escultura gigante de dinossauro feita em papel maché, pra aterrorisar as crianças pequeninhas, e o guarda-sol que ao invés de toldo(brim/canvas/tecido) é repleto de trepadeiras, e rosinhas trepadeiras...um guarda sol natural. Vou copiar, e ela já me passou o know how. Era uma febre também de espelhos sem molduras, espalhados pelo jardim e pela casa, às vezes uns encima dos outros, bizarro. E os CD's pendurados nas árvores pra enganar os passarinhos, ou seriam morcegos, porque eu vi um a noite.
É sempre bom sair da Holanda, mesmo que seja só pra ir ali na Bélgica.
Cada vez mais acho a Holanda chata, plana demais, gente contida demais, só soltam a franga quando estão bêbados ou drogados e muitos ficam chatos. Quintas organizados demais, jardins organizados demais, ou largados demais, aliás...tudo demais ou de menos, o país fez de mim uma reclamona do calvinismo.
Custo a me acostumar, o que eu gosto é da minha cama, aliás minha cama é uma da IKEA e não tem nada demais, mas o meu colchão...quanta diferença, nesse sentido gosto de voltar pra casa.
Mas quer coisa melhor do que ficar bebendo champagne, comendo morangos, framboesas do quintal, cerejas da cerejeira acima da minha cabeça(me apaixonei pela cerejeira dessa vez), com muito papo furado, boas lembranças, revendo fotos de 500 anos atrás no quintal, mais uma Jupiler?
Ir naquele restaurante e observar a senhora discreta de bolsa Louis Vuitton, óculos chanel, e a menininha sózinha com o pai, deve ter uns 8 anos, cabelo escuro, olhos azuis, saia rodada de diversas caras de gatinho. Eu não parava de olhar pra saia da menina.
Acho que prestei mais atenção nos vários gatos da saia do que meu prato todo enfeitado com 4 aspargos, filet de carneiro, batatas pela metade com ervas...e o molhinho ralo e saboroso.
E na Bélgica não pode fumar mais em restaurante....(viva temporariamente a Holanda), e lá ia eu, fumar....lá fora. Todo mundo parou de fumar naquela casa, Ok wiet, joint não...um dia eu páro também, só não sei quando. Acho que quando for proibido.
Tive uma aula de TV digital, e fiquei ainda boiando...são tantas possibilidades, eram tantos computadores naquela casa, laptops, ipods, câmera digitais "possantes", celulares computadores, aparelhos de TV.
E o som pela casa inteira, e ainda no único banheiro da casa ao lado da lavanderia, e infelizmente esqueci meu cement da kerastase por lá, ...vou ter que adquirir outro, tava cheio. Aliás pra quem não usa esse produto da kerastase, não vai saber o que estou falando.
Dizem que quando esquecemos algo na casa dos outros, é porque queremos voltar.
Tão bom ter esse tipo de aniversário que eu inventei agora - aliás ano passado.
Você mora lá, tô indo, eu me convido...
E depois do retiro budista em Marselha em julho, fui convidada junto com as crianças pra ir a Sassey, na casa dos sogros de uma amiga, lá só tem piano, não tem TV, a casa é de pedras, típica casa francesa do interior, e tem um lago - acho que cheio de sanguessugas. Fora que dizem que há espíritos de soldados alemães circulando pela casa, fora local pra alemães na primeira grande guerra, e existem vários cemitérios selvagens pelo lugar.
Adoro aniversários, e adoro cemitérios....principalmente porque ainda estou viva.
Obrigada família Bertels-Struys por serem tão queridos e hospitaleiros.
4 comments:
HAPPY BIRTDHAY!!!
e EU adoro deixar um feliz aniversario e desejar tudo de bom pra uma aniversariante.Saude sempre.
De alguem q gosta de ler seus textos.
PARABENS E MUITOS E MUITOS ANOS DE VIDA
BeBETE
eu adoro cemitérios. Tu vai se divertir demais então nessa aventura mal-assombrada!
Conta ai pra gente quem vc é anônima...mostra a cara, hahahaha.
.....entao se tu gostas de cemiterio a proxima vez que venhas visitar Barcelona vai poder fazer turismo nos cemiterios, sim porque temos aqui uma ruta turistica por exemplo no cemiterio do Poble Nou fundado em 1775 e destruido pelas tropas napoleónicas em 1813 aonde um tal arquitecto italiano Antoni Ginesi o recontsruiu no estilo neoclásico e aonde os escultores más conocidos da época deixarao sua arte.Nos dias de visitas turisticas também tem concertos de musica classica em direto e um mapa com a ruta das tumbas de 81 personagens ilustres da cidade, como por exemplo, no cemiterio de Monjuic podes visitar a tumba do pintor Joan Miro. Entao ja sabes!bjus.
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