Friday, March 2, 2007

La mala educación


Hoje vou escrever sobre meu prato principal, "la mala educación" - má- educação dos holandeses, e não o filme de Pedro Almodóvar.


E aviso se você é um holandês não leia esse tópico, afaste-se! Porque obviamente o chapéu vai servir. E se você é sangue misturado, pode ler porque não correrá riscos de identificação.


Tive essa idéia, aliás inspiração lendo no blog de uma amiga, se bem que esse tópico faz parte de um dos capítulos do meu livro, sim estou escrevendo um livro sobre minha experiência nesses dez anos de Holanda, e assunto é o que não falta. O tópico no blog dela me chamou atenção, mas eu tive vários namorados holandeses e convivi, não somente lá fora, com os stommewijf(stupid bitch/ vaca estúpida) que já ouvi, e caras de quem comeu e não gostou, e de falta de informação e ambição deles (restaurantes, lojas, e outros lugares).


Os holandeses, realmente me aborrecem, eu acredito que não existo pra eles, e como denominei-os mal educados, assino embaixo, eles são super mal educados, e se não fosse viagem na maionese, faria essa anti-propaganda deles no mundo, claro toda regra tem suas exceções.

Por exemplo tirando de fora o meu ex marido que tem(50%) sangue italiano . Eles são individualistas, egoístas, não sabem o que significa as palavras "boas maneiras", vi muitos comerem com a colher, e não era sopa, creme, colher para ajudar a comer spaguetti, não...

Colher é mais fácil.

Flatulência um assunto tabu, talvez pra nós...pra eles não, até na frente de visitas, até quando que nem eu presenciei, na primeira semana de namoro.
A "criatura" posso chamar assim, porque parecia um animal a ser domesticado, além de quase não escovar os dentes e nos últimos dez anos não ter ido, pasme: ao dentista.
Via na flatulência (vulgo pums, peidos) uma forma de demonstrar o quão a vontade se sentia comigo, e eu deveria estar orgulhosa e feliz com isso, com esse tipo de wind deles.(wind=vento em holandês literalmente e figurado pra flatos.)


I am so sorry, mas eu vi aquilo, exatamente ao contrário, vi que teria que ocupar um papel de mãe, que não estava nos meus planos, avisá-lo que as coisas não eram bem assim por ai, no mundo, em outras culturas, ou seja, soltar pums não era motivo pra se sentir orgulhoso, principalmente quando você tem 40 anos de idade. Passou-se o tempo, ele foi devidamente domesticado, visitas frequência ao dentista, "sorry"(pedidos de desculpas como mandava o protocolo, e assim por diante...ou seria meu gênio latino-americano "autoritário".

Se você é um adolescente, claro...tudo que você aprende como correto, você quer contestar, e faz parte do processo de desenvolvimento de qualquer indivíduo. Mas aos 40, se torna digamos
disgusting, pelo menos na primeira semana de namoro, e agora parece fato corriqueiro mas foi embaraçoso e inesperado.

Acho que até hoje estou aturdida com isso, com o primeiro "stommewijf" que ouvi por essas bandas vindo de uma mulher (um pouco mais velha que eu), e do primeiro esbarrão de um troglodita de 2 metros de altura na rodoviária de Eindhoven, minha primeira experiência com esse way of life deles, empurra e continua e nem se dá o trabalho de olhar pra trás, porque nem percebe que existe outros terráqueos, que também respiram o mesmo ar.


Ademais, o arroto aqui também tem uma conotação "normal', não exatamente como dos chineses, nunca fui na China, mas sei que comida chinesa e coca-cola(depois de Mao), aliás qualquer coisa que entra com gás na sua guela, tem que sair...mas a palavra: Desculpa, nem sempre aparece por aqui.
Quer usar um guardanapo?
- O que é isto?


Take a walk of wild side Babe, e se você for pra rua você verá os maiores trogloditas(sim eles são altos, carecas, loiros, olhos azuis, com ou sem tatuagens), tanto os que andam em grupos bêbados - normalmente eles cantam, umas canções que faltam melodias, e /ou no dia-a-dia as pessoas digamos normais. Os ônibus na minha cidade são vazios, aqui a bicicleta é mais normal, e talvez eu seja a mal educada pra ele, quando não estou disposta a colocar a mão pra direita ou esquerda, quando vou entrar numa rua...se não vejo outra bicicleta por perto, pra que vou colocar, mas sempre aparece algum pra te criticar, e já levei xingões quando a luz da bicicleta quebrou, de gente........idosa.


Vivo levando esbarrão, mas hoje em dia já me acostumei que eles não pedem desculpa, mas procuro evitar e vivo me esquivando que eles não batam nos meus filhos, porque praticamente não tem senso do outro, como se fôssemos invisíveis.
Sai da frente que lá vem gente, pra que a pressa?

Acredito que algo deve ser mudando nesse sentido, e não sei a que ponto e onde começar na sociedade, começo na minha casa. Educando os meus filhos, usar o guardanapo, respeitar o outro, pedir desculpas pelos gases indesejáveis, procuro que eles se conscientizem que certas coias são erradas, se se você achar que essas coisas são certas, nossa sociedade estaria de volta ao tempo das cavernas.
Vá à Roma e comporte-se como os Romanos, please...não aqui, pro seu próprio bem, um dia você vai querer viajar porque a Holandaa é um país cubículo, e ai como fica?

De uma certa forma, admiro que os holandeses dialogam com menos "sangue quente" do que nós latinos, que muitas vezes colocamos a carroça nas frente dos bois, criticamos com mais rapidez e julgamos o outro, e também no trânsito aqui eles são mais educados, mas pelo motivo óbvio, câmeras fotográficas espalhas em cada canto e multas altas se você cometer um delito e cassação da carta (embriaguez, atropelamento, etc).


Sempre o bom senso é o que manda, mas o pior é que muitos nem sabem que isso é má-educação. E assim vamos convivendo, sem o sorriso cordial, sem o melejo no corpo, sem o olhar brejeiro, sem o "desculpa" que não precisa ser proferido. E a Holanda, vai ficando um país cada vez mais feio e cinza.
A minha carapuça de transparência, me diz que não posso mudá-los, e que eles estão muito velhos pra aprender e não vale a pena lutar.
Mas então lembro dos meus filhos, e continuo lutando, doutrinando namorados, e eu mesmo pedindo desculpas em holandês HET SPIJT ME HOOR!

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