Literalmente eu não pinto - de vez em quando uma parede - e nem bordo, até tentei fazer um curso de pintura, e morria de medo de pegar o pincel, sentindo que a coisa toda tenderia a mediocridade ou passatempo, larguei...já bordar, meu primeiro trauma no Colégio Santa Inês em Porto Alegre, na matéria "trabalhos manuais", precisamente bordado, foi quando tirei minha primeira nota baixa (nota vermelha sujando meu boletim).
Mas aqui na Holanda, me chamam de BORDA, melhor, não Bórda, mas Bôrda. Senhora Bôrda...
Mevrouw Borda, Borda, Borda e + Borda...senhora Borda isso, aqui, senhora Borda como tem passado, senhora Borda, blábláblá.
Ai...onde eu fui amarrar minha onça. Aqui eles desconhecem dois sobrenomes, um do pai e outro da mãe como eu tenho no meu nome. Maria não existe, Bernadete não existe, são letras M.B., e tanto faz se o M foi Madregilda e o B Brucineide...raramente alguém pergunta o que significa o M. e B., digo, não na esfera social. O que me dificulta mais ainda quando falo meu apelido "Bêbéte"...eles me chamam de tudo Babette, Bebetchie, Bebetje,
(esse nome não existe aqui) e é muito complicado pelas 3 vogais com tons diferentes, outros acham super interessante. Há pouco, conheci um homem que pra evitar contratempos e embaraços resolveu me chamar de BE.
E assim caminha a humanidade de ser estrangeira, quando era casada e tinha o nome holandês do meu ex marido, a vida era um pouco mais fácil "Crooijmans"(ij = pronuncia-se i em português, então esqueça o JOTA pra facilitar a vida).
Quando nasce uma criança, é proibido colocar dois sobrenomes, optei pelo Crooijmans porque o pai é holandês, eu também possuia o Crooijmans, e também porque a minha intuição assim dizia, facilitará a vida dos pobres rebentos. E assim o é..., obrigada intuição e visão.
Meus filhos são holandeses, mas por terem uma "mãe brasileira", não são considerados "holandeses puros"...nossa família aliás é uma miscelânea deliberada, avô biológico italiano, avó holandesa, bisavó alemã, bisavô russo e no meu lado, avós brasileiros, bisavós uruguaios e brasileiros (de origem francesa e espanhola)...ai me dá um canseira até, esses nômados como eu.
Peregrinos, dando volta ao mundo, tendo filho aqui...se mudando pra lá, querendo ir acolá.
Mas voltando ao pinta e BORDA, meu grande trunfo é falar essa bendita língua - como foi difícil aprender e também não foi nada de mão beijada. e também ter na mão o tal passaporte holandês, europeu...possuo os dois. Cogitam (na política) tirar a dupla nacionalidade, o que eu acredito não irá acontecer. No caso, teria que entregar o meu verdinho, e isso não vou fazer porque um dia quero voltar a morar no Brasil.
O verdinho não serve lá pra muita coisa no mundo, com o holandês posso ir pros Estados Unidos (aqueles chatos arrogantes) sem precisar de visto. Já com passaporte português e mesmo o italiano é necessário "visto", não me perguntem o porquê, coisa de legislação americana. Mas mesmo tendo a tal nacionalidade e falar o idioma fluentemente, ainda sou e serei a mevrouw BORDA, praticamente forever...porque não tenho a intenção de me divorciar novamente.
Sinto saudades do belo INDARTE, aliás nunca questionava quando no Brasil sobre o meu BORDA (por mim considerado menor, sem muita expressão), muitas até diziam BORBA pensando bem. Sobrenome do pai de minha mãe vô Chico que eu mesma não o conheci. O véio já era morto quando eu nasci, e só lembro das estórias e "causos" contados pela família, que tinha uma perna menor, que mesmo assim uma vez havia ganho uma corrida de sacos, desses que pula pula vai até o outro lado e volta...e se ganha ou perde, sabe aquela coisa gincana de saco de estopa.
E que também possuíra em Pelotas, uma loja de produtos importados, delicatesses da época, vinho do Porto e afins, na cidade de Rio Grande, no Rio Grande do Sul se situa o maior porto da região. E assim era vô Chico, casado com vó Zefinha(Maria José), 10 anos mais velho - velho safado(?) no bom sentido. Mas por ser um comerciante de prestígio no início do século XX, era respeitado por todos da comunidade, o nome Borda tem pedigree...
E assim nasceu a Dóra Bordinha, apelido 'pimentinha' de minha mãe e casou com o Sr Manoel Indarte (mais castelhano de que qualquer coisa) , e muitos anos depois eu mevrouw Borda.
Me sinto incompleta, acho que nome é importante sim, um outro tipo de identidade, e nesse sentido, me sinto aqui pela metade apesar de ser "um deles", nada a fazer...pelo menos não moro no Japão, né?
Sayonara Indarte.
Mas aqui na Holanda, me chamam de BORDA, melhor, não Bórda, mas Bôrda. Senhora Bôrda...
Mevrouw Borda, Borda, Borda e + Borda...senhora Borda isso, aqui, senhora Borda como tem passado, senhora Borda, blábláblá.
Ai...onde eu fui amarrar minha onça. Aqui eles desconhecem dois sobrenomes, um do pai e outro da mãe como eu tenho no meu nome. Maria não existe, Bernadete não existe, são letras M.B., e tanto faz se o M foi Madregilda e o B Brucineide...raramente alguém pergunta o que significa o M. e B., digo, não na esfera social. O que me dificulta mais ainda quando falo meu apelido "Bêbéte"...eles me chamam de tudo Babette, Bebetchie, Bebetje,
(esse nome não existe aqui) e é muito complicado pelas 3 vogais com tons diferentes, outros acham super interessante. Há pouco, conheci um homem que pra evitar contratempos e embaraços resolveu me chamar de BE.
E assim caminha a humanidade de ser estrangeira, quando era casada e tinha o nome holandês do meu ex marido, a vida era um pouco mais fácil "Crooijmans"(ij = pronuncia-se i em português, então esqueça o JOTA pra facilitar a vida).
Quando nasce uma criança, é proibido colocar dois sobrenomes, optei pelo Crooijmans porque o pai é holandês, eu também possuia o Crooijmans, e também porque a minha intuição assim dizia, facilitará a vida dos pobres rebentos. E assim o é..., obrigada intuição e visão.
Meus filhos são holandeses, mas por terem uma "mãe brasileira", não são considerados "holandeses puros"...nossa família aliás é uma miscelânea deliberada, avô biológico italiano, avó holandesa, bisavó alemã, bisavô russo e no meu lado, avós brasileiros, bisavós uruguaios e brasileiros (de origem francesa e espanhola)...ai me dá um canseira até, esses nômados como eu.
Peregrinos, dando volta ao mundo, tendo filho aqui...se mudando pra lá, querendo ir acolá.
Mas voltando ao pinta e BORDA, meu grande trunfo é falar essa bendita língua - como foi difícil aprender e também não foi nada de mão beijada. e também ter na mão o tal passaporte holandês, europeu...possuo os dois. Cogitam (na política) tirar a dupla nacionalidade, o que eu acredito não irá acontecer. No caso, teria que entregar o meu verdinho, e isso não vou fazer porque um dia quero voltar a morar no Brasil.
O verdinho não serve lá pra muita coisa no mundo, com o holandês posso ir pros Estados Unidos (aqueles chatos arrogantes) sem precisar de visto. Já com passaporte português e mesmo o italiano é necessário "visto", não me perguntem o porquê, coisa de legislação americana. Mas mesmo tendo a tal nacionalidade e falar o idioma fluentemente, ainda sou e serei a mevrouw BORDA, praticamente forever...porque não tenho a intenção de me divorciar novamente.
Sinto saudades do belo INDARTE, aliás nunca questionava quando no Brasil sobre o meu BORDA (por mim considerado menor, sem muita expressão), muitas até diziam BORBA pensando bem. Sobrenome do pai de minha mãe vô Chico que eu mesma não o conheci. O véio já era morto quando eu nasci, e só lembro das estórias e "causos" contados pela família, que tinha uma perna menor, que mesmo assim uma vez havia ganho uma corrida de sacos, desses que pula pula vai até o outro lado e volta...e se ganha ou perde, sabe aquela coisa gincana de saco de estopa.
E que também possuíra em Pelotas, uma loja de produtos importados, delicatesses da época, vinho do Porto e afins, na cidade de Rio Grande, no Rio Grande do Sul se situa o maior porto da região. E assim era vô Chico, casado com vó Zefinha(Maria José), 10 anos mais velho - velho safado(?) no bom sentido. Mas por ser um comerciante de prestígio no início do século XX, era respeitado por todos da comunidade, o nome Borda tem pedigree...
E assim nasceu a Dóra Bordinha, apelido 'pimentinha' de minha mãe e casou com o Sr Manoel Indarte (mais castelhano de que qualquer coisa) , e muitos anos depois eu mevrouw Borda.
Me sinto incompleta, acho que nome é importante sim, um outro tipo de identidade, e nesse sentido, me sinto aqui pela metade apesar de ser "um deles", nada a fazer...pelo menos não moro no Japão, né?
Sayonara Indarte.
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