Sunday, April 1, 2007

R O X O


No ano passado, um dos piores anos de minha vida, fiquei por longo tempo "roxa".
Não batia em nada, porque normalmente sou sensível a batidas...e ficava roxa, rapidamente.
Principalmente nas pernas e braços, roxa.
Eu nem prestava atenção, mas volta e meia aparecia um roxo "do nada"...uns maiores outros menores, espalhados pelo corpo, eu até me perguntava na correria do dia a dia, onde foi que eu bati?

O que me curou foi o Brasil. Mais estranho ainda, que eu nem estava consciente de minhas hematomas, achava sempre que havia batido em algo, até que um dia percebi que havia algo errado comigo, e os roxos não vinham de batida nenhuma, e ficava apenas com pontos de interrogação e deixava prá lá, afinal...um roxinho aqui e outro ali, não muda muita coisa.

Na volta do Brasil, todas as hematomas sumiram como que por encanto. Mas não era encanto, dessa última vez que estive no Brasil, tive tempo suficiente pra mim. Fui sózinha, descansei, fui a Porto Alegre, Florianópolis e São Paulo. Revi pessoas queridas que amo muito e as quais sinto a maior falta morando na Holanda, fui a festas, caminhei, andei com amigos praticamente todos os dias, recebi muito carinho e atenção de TODOS, e quem não gosta disso?

Sinto que por todos os problemas que passam, muitos brasileiros não são estressados, porque vivem o dia de hoje, a batalha de hoje, como se o amanhã não existisse. E aqui - um país velho e totalmente arranjado, arrumado, e praticamente "sem os problemas básicos" que existem no Brasil, as pessoas reclamam o tempo todo e ficam centradas no seu próprio umbigo, e se esquecem dos outros, e de amenidades. Ou seria talvez porque férias e viagens, tiram a gente do ranço do dia-a-dia, o sangue circulada mais, o lado direito e esquerdo do cérebro se comunicam melhor, vai saber. Navegar é (sempre) preciso...

É tanta reclamação que ouço todos os dias, de coisas pequenas, e eu sou suscetível a isso, e claro aos meus próprios problemas, grandes ou pequenos, coisas que fogem do meu controle, o cotidiano às vezes me esmaga, às vezes eu disse.

No Brasil comprei um livro excelente que se chama "A doença como símbolo", uma enciclopédia psicossomática, os sintomas, significados, tratamentos e remissão.
Apesar de ser em português, não é fácil de entender, mais um livro de consulta. E pra facilitar a leitura, comprei "A doença como caminho", que é a visão do mesmo autor, sobre a cura e o ponto de mutação em que um Mal se deixa transformar em Bem.

Super interessante, pra explicar todos os tipos de doença, que todos nós temos, físicas e mentais, e com embassamento espiritual ( e carmíco) de cada um, não só o significado na medicina clássica, sendo que o autor é um médico, mas dá mais ênfase ao sintoma que é um alerta da alma para a carência essencial, e o grande objetivo do livro é dar um caminho novo à conquista do autoconhecimento, ou seja, perfeito, não só pra explicar MINHAS INOCENTES HEMATOMAS, mas como um todo, saber o que se passa quando algo acontece comigo (e com minha família).

Coincidentemente, quando aqui cheguei - de volta na Holanda, recebi o diagnóstico do transtorno afetivo bipolar, que até hoje está me fazendo pensar e repensar em toda a minha vida. Como se eu cada dia acordasse com um novo EU.

Não querendo ser enfadonha com esse assunto, aqui no meu blog, e ao mesmo tempo me justificando aos não bipolares, porque aliás aqui é meu espaço, e muitas pessoas - as bipolares principalmente, poderão se sentir seguras, que aqui é um espaço LIVRE elas, um ponto de encontro, de queixas (não reclamação, hahaha), desabafo, discussão em paz e sadia.
Afinal todos nós um dia, passaremos por um tipo de dificuldade". Minha mãe sempre dizia que o corpo é uma "máquina".

Mas como lidamos com essas doenças é a parte melhor, e positiva, como evidencia o livro. Não nos sentirmos vítimas, por exemplo, é uma boa parte da cura. Aceitar de peito aberto, se conhecer a cada dia, se auto-ajudar, se auto-educar, seguir o tratamento, tentar tratamentos alternativos, se amar, e aceitar mais o outro, a carência do outro, pois todos nós temos carências, física ou emocional.

O meu remédio Brasil, funcionou pras minhas hematomas...me recarregou de energia, meu sangue circulou melhor, lembranças inesquecíveis. Um problema aparentemente pequeno, mas meu corpo mandou esses pequenos sinais, e os sinais de nosso corpo, jamais devemos negligenciar.

Faz tempo que não tenho nenhum roxo, e espero ficar assim por muito tempo.

3 comments:

¤ Sarah Sciotta ¤ said...

Estou com o msm sintoma que você....uns tempos atras aparecia uns roxos do nada...e agora voltou...n sei mais o que faço,uns roxos bem grandes na perna...sera estresse mesmo? fico pensando que possa ser alimentação.

¤ Sarah Sciotta ¤ said...

Estou com o msm sintoma que você....uns tempos atras aparecia uns roxos do nada...e agora voltou...n sei mais o que faço,uns roxos bem grandes na perna...sera estresse mesmo? fico pensando que possa ser alimentação.

Unknown said...

Eu também estou com isso, minhas pernas estão com uns roxos horríveis, dá até vergonha de mostrar as pernas... todo mundo pergunta, onde tu bateu??? Tá ficando xarope isso... Acredito que seje estresse. Leio muito sobre diversos assuntos, e atualmente estou lendo sobre metafísica, é muito interessante... interessei-me pelos livros que tu citaste, vou comprá-los. Um abraço pra ti, fica com Deus..Ines.

A tranquilidade das manhãs de domingo

Na verdade a manhã se passou, a manhã de domingo. Acordei antes do despertador. Não acho ruim, com essas musiquinhas bacanas de celu...